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Saturday, December 13, 2008

Uma semana de globo.com e Dinâmicas Ágeis (Scrum)

Na quinta-feira completei 1 semana na globo.com!
Estou muito feliz com o novo ambiente de trabalho, sem largar o Labase no NCE/UFRJ.

A propósito, a experiência adquirida durante um ano e meio no Labase tem sido muito relevante em minha vida e carreira. Como se não bastasse Agile no ambiente de trabalho, sempre me identifiquei com as metodologias a ponto de aplicar diversas coisas na minha vida pessoal.

Lá no Labase nós somos uma equipe de Extreme Programming (XP), porém meus estudos na área de metodologias de desenvolvimento e gerenciamento de projetos sempre foi com uma visão mais abrangente, de forma que fui procurar entender os métodos tradicionais, o waterfall, o RUP, e outras "estranhezas sem sentido". E no mundo ágil, apesar de simpatizar totalmente com o XP, e encarar as práticas técnicas que assustam muitos desenvolvedores, também acabei vendo o Scrum, que tem sido melhor vendido no Brasil se comparado ao XP.

Tudo isso para tentar entender melhor como funciona da dinâmica atual do mercado, porque o modelo tradicional é o que é, porque precisamos mudar a mentalidade, e como eu posso impactar positivamente essa mudança de paradigma.

O marketing do Scrum tem sido mais feliz, parece que XP é extremo demais para pessoas normais... E lá na globo.com nós seguimos o Scrum. Bem, como pode ser constatado em outros blogs, entamos em processo de implantação do Scrum, de mudança da mentalidade de muita gente. Alguns compram a idéia do Agile e fazem funcionar, outros já ficam com medo e acabam querendo proteger seu trabalho a todo custo... o medo de evoluir, ou de ser descartado... vai entender.

O fato é que a globo.com tem investido pesado em treinamentos e consultorias. E trabalhamos com o que há de melhor no mercado, com o pessoal da Teamware, na maioria das vezes representada pela pessoa do Juan Bernabó. Eu conheci o Juan numa palestra em agosto.
Apesar do pouco tempo de empresa, já estou participando de um desses treinamentos neste final de semana. O Juan realizou conosco algumas dinâmicas, e pudemos conversar, discutir diversos aspectos aplicados à nossa realidade.

Voltando a experiência no Labase, foi lá que me deparei pela primeira vez com o mundo Ágil, e me apaixonei. Quem conversa comigo talvez já tenha ouvido meu relato de que a cada instante que aprendo mais eu falo "ué, e não é assim que funciona a engenharia de software tradicional?!"... ou coisas do tipo...

E no Labase não ficamos só no papel, nós procurarmos vencer as dificuldades (muitas vezes impostas por ainda estarmos cursando nossa graduação), e tive o grande prazer de nos últimos meses estar numa posição de liderança que muito agregou.

Como contei em outro post, nós realizamos no NCE a dinâmica do XPGame em uma versão adaptada para os alunos do mestrado, e pretendemos fazer nessa semana (agora com data marcada!) uma dinâmica da Fábrica de Aviões.

Bem, hoje no treinamento da Teamware adicionei em minha bagagem mais dois itens interessantes. Primeiro nós realizamos uma atividade de criação de um folder para marcianos.
Era uma atividade introdutória, muito relevante para perceber que precisamos ter muito claro o conceito de "pronto" (quando uma tarefa está concluída), o foco no que o cliente quer, trabalhar no produto entregável que traz valor para o cliente ao invés de gerar especificações, etc.

A outra dinâmica foi a das bolas de tênis. Tínhamos um conjunto de bolas, e cada bola que passasse na mão de todos os participantes e voltasse para o primeiro contaria um ponto. O objetivo era obter o maior número de pontos possíveis no time-box de 2 minutos.
A restrição é que as bolas não poderiam ser passadas para um pessoa imediatamente ao seu lado de forma conduzida.

Fizemos seis sprints, e em cada um deles tínhamos que estimar um mínimo e um máximo para o número de pontos que conseguiríamos entregar. Como de se esperar, a primeira estimativa foi muito difícil, pois não fazíamos idéia da complexidade da tarefa. Estimamos entre 5 e 10 bolas.
Entregamos 12 bolas, passando as bolas em zigue-zague num corredor de pessoas e o último lançava a bola de volta ao primeiro para completar o ponto.

Vimos que poderíamos melhor bastante, e de fato melhoramos, chegando a entregar 87 pontos no quinto sprint. Tudo fruto de trabalho em equipe, de uma equipe auto-gerida e que cuidou a cada interação da melhoria da sua forma de trabalhar, de seu processo. Diferente do que conhecemos como "mundo real", não tem uma pessoa de fora de dizendo como fazer algo no qual você é especialista. Não existe o papel do gerente ou que quer seja ditando como você deve fazer seu trabalho.

Esta atividade foi citada diversas vezes durante a apresentação do Scrum e dos papéis no Scrum, e junto a toda discussão tiramos algumas dúvidas de como aplicar tudo aquilo em nossas equipes, como fazer a metodologia funcionar de verdade.

Foi um sábado muito proveitoso, e amanhã tem mais!

4 comments:

Anonymous said...

Trabalho com agile, fiquei pensando na dimâmica dessas bolas de tênis e conseguiram um bom aumento de 6 passando numa posição para 87 bolas em outra... como fizeram isso em tão pouco tempo ??

Rodolfo said...

Já faz um tempo que rolou a dinâmica, mas se me lembro bem, a chave do sucesso foi principalmente coragem, auto-confiança.
Nas primeiras iterações não sabíamos nossa capacidade, foi difícil estimar, e a estimativa que fizemos induziu nosso cérebro a trabalhar com aquela limitação.
Até o Juan Bernabó na segunda iteração dizer que podíamos fazer muito mais, nós "não acreditamos no nosso potencial".
Outro fator que influenciou, mas não tanto, foi a disposição das pessoas na sala. Mudamos nossa posição, para conseguir um fluxo maior de bolas de tênis, porém o ganho é limitado. E velocidade não quer dizer qualidade. Quanto tentamos ser "multi-thread" e mandar 2 ou 3 bolas por vez, o que aconteceu foi uma queda no desempenho, com notáveis gargalos em pessoas atoladas de bolas, e outras falhas no fluxo.

Luciano Soares said...

Eu achei muito interessante a dinamica das bolas de tênis mas nao entendi muito bem.

Como assim uma pessoa não podia passar a bola pro outro do lado de forma conduzida?

Queria entender a dinamica pra aplicar num grupo que participo.
Obrigado

Rodolfo said...

Não passar a bola por condução foi uma das restrições. Assim como num projeto real, nunca temos tudo que queremos da forma que queremos.